quinta-feira, 5 de março de 2009

O futuro dos jornais

No âmbito do seu 19º aniversário, o jornal Público traz hoje à capa uma reflexão sobre o futuro da imprensa escrita. Aconselho vivamente todas as pessoas da área a lerem este artigo pois lança algumas luzes sobre o que poderá acontecer aos jornais nos próximos anos.

O desaparecimento da imprensa escrita e a consequente substituição pelo online ou a evolução dos jornais para um novo patamar são apenas alguns dos cenários traçados. Uns defendem que o fim da imprensa escrita é o fim do jornalismo de investigação. Outros têm a opinião contrária.

Uma reflexão interessante a que gostaríamos de dar continuidade no nosso blog. Deixem-nos as vossas visões na área de comentários deste post.

Eu deixo a minha visão: na minha opinião, dificilmente a imprensa escrita desaparecerá de circulação nos próximos anos. A tecnologia tem avançado muito e as novas formas de comunicar ganham cada vez maior relevância. No entanto, há ainda um longo caminho a percorrer para que se possa falar no fim dos jornais. E, quanto a mim, mesmo se esse dia chegar, será para substituir o formato papel por outro qualquer formato, mas o conceito de imprensa escrita ao nível dos conteúdos não se perderá por certo.

4 comentários:

JMH disse...

As coisas estão a mudar. Claramente. O jornalismo online está, acho, numa fase adolescente (to say the least) em que tenta encontrar-se. À partida, per se, o novo formato informativo parece-me positivo: video, música, palavra escrita. Combinando tudo quase que podemos dizer "parece que estive lá", ficando mais perto da tão almejada objectividade jornalística.

Por outro lado, os blogues, aos poucos, têm vindo a ocupar um lugar anteriormente reservado aos colunistas de jornal. O formato não é muito diferente. Menos caracteres talvez.

Talvez os jornais tenham os dias contados. Tenho pena. Mais por ser ligeiramente reaccionária (tb tenho pena que as k7 se tenham tornado obsoletas) do que por achar que representem o fim do bom jornalismo.

Há, claro, muitas questões éticas que se levantam e que me preocupam: que travão para esta comunicação tão imediata e, por vezes, imponderada?

Isso assusta-me.

Francisco Morgado Véstia disse...

Na minha opinião... O "online" é um ad-on e não um formato em si mesmo.

Por partes. A evolução tecnológica não implica necessariamente o fim de um formato em deternimento de outro. O cinema não matou a fotografia, a televisão não matou a rádio... O que se passa é que os formatos evoluem, ocupam novos espaços, gerem as espectativas do target de forma diferente porque passam a ser perspectivados também eles de forma diferente.

O jornalisto escrito existirá sempre. Tal como, na minha opinião, os jornais escritos, em papel ou qualquer outro formato que possa andar debaixo do meu braço. Não quer dizer que não possa ser alterado, levar com os tais "ad-ons".

PR disse...

a ler:

http://www.buzzmachine.com/2009/03/04/newspaperman-contemplates-suicide/

JC disse...

Os números de circulação descem, a receita diminui e há que encontrar culpados - o online (blogs e afins).

Na última Sábado, com as devidas cautelas, é referido que a notícia do candidato do PS às Europeias foi dada por um blog (31 da Armada) e depois por uma rádio (TSF), ainda antes de José Sócrates o fazer publicamente. É um bom exemplo da eficácia do online. Porquê? Porque hoje as coisas são mais rápidas, mais imediatas. As pessoas não têm tempo para esperar.

O povo evoluído e activo, passa mais tempo em frente ao computador, ao telemóvel, do que a ver televisão. Os horários são diferentes, os ritmos outros. E os media têm de acompanhar essa evolução.

Os jornais vão acabar? Duvido. Vão simplesmente reduzir-se em número (sejamos sinceros, temos País para tantos?), vão concentrar-se e ter maior componente online. Vão ter menos leitores em papel para ganhar online. Vão ter de aprender como vender publicidade online. Duas estratégias para o mesmo fim: conquistar e fidelizar leitores.

O Expresso e o Público são dois excelentes exemplos do que melhor se faz online (e no papel), não apenas em Portugal, como no Mundo (acho que não estou a exagerar). Porque têm redacções próprias. Que competem entre eles, para dar a melhor notícia.

O problema é a rentabilidade do negócio, e, provavelmente, no futuro, será o online a alimentar parte do papel.

Julgo que os media tradicionais ainda não encontraram a formula para se tornarem rentáveis via Internet, os marketeers ainda desconfiam dos números e das métricas e isso leva a que as apostas dos jornais e revistas neste meio seja, ainda, tímida.

Qual o papel da imprensa escrita no futuro? Complementar o online. A notícia começa hoje, termina de forma mais detalha e com outros detalhes amanhã. O Público já faz isto.

Publicar entrevista editada / reportagem hoje, vídeo online amanhã. O Expresso já faz isto.

Em relação às agência, quantas é que conseguem "vender" entrevistas exclusivas para o online aos seus clientes? Quantas é que medem com eficácia o seu retorno?

Não sei se deu para perceber a minha visão, mas em suma:

- jornais não morrem, mas concentram-se e diminuem em número (há despedimentos ou, a meu ver mais lógico, criação de redacções online)
- Novas estratégias para obtenção de receitas
- Receitas começam a pesar mais do lado online do que do papel
- jornalismo mais imediato e próximo
- meios complementam-se