sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Olhar nos dentes o cavalo dado


A ponta-de-lança da nossa imprensa livre: um jornal gratuito.
Nas redacções da imprensa séria (ler: paga) desvaloriza-se o trabalho dos gratuitos. Todos, sem excepcção, são para forrar gavetas, embalar castanhas e limpar vidros. Mas o Meia Hora é diferente: e há quem esteja a demorar demasiado tempo a perceber isso.
Primeiro, é o mais bem desenhado de todos os jornais diários -- incluindo pagos. Só não é o mais bem desenhado jornal português porque existe o Expresso que, tal como o FCP nos últimos três anos, devia jogar num campeonato à parte.
Segundo, tem as melhores e mais criativas manchetes da imprensa de banca. Não só pelo ângulo escolhido como também pela escolha de palavras; acrescenta de facto algo mais às notícias do dia. E aquele fundo preto com letras brancas nunca vai deixar de ter stopping power.
A manchete de hoje é um óptimo exemplo do jornalismo empertigado que parece ter morrido com o Independente. Combativo, simples, in your face e muito eficaz. O 'governo' angolano proibiu os nossos jornais de fazer cobertura e mete chocolates debaixo das almofadas dos correspondentes que lá estão. À distância, e sem cobrar preço de capa, o Meia Hora dá uma lição de irreverência.

1 comentário:

ICS disse...

muito bem visto.

Essa capa está mesmo desafiadora