terça-feira, 9 de setembro de 2008
O tweed e o presente do conjuntivo
O Golfe Report, na Sic Notícias, não é apenas a maior concentração televisiva de polos Ralph Lauren. Não. Este indispensável magazine dedicado ao golfe em Portugal é muito mais do que isso: é um farol do mau português, a lanterna que ilumina o obscuro caminho da má gramática.
No Golfe Report é relatada a vida de uns senhores que se juntam ao domingo para 'jogar ao gólfe'. Como se não fosse suficientemente duro vê-los na TV com aquele bronzeado que parece durar um ano inteiro, ainda temos de saber que eles praticam um bizarro desporto: golfar.
O Priberam explica.
golfar: v. tr.,
expelir em golfadas;
vomitar, jorrar;
arremessar em grande quantidade;
O cavalheiro do Mercedes mal estacionado está a ler isto e a torcer o nariz?
Então vamos chamar o Ciberdúvidas:
Lê-se 'gôlfe', se for o nome dum jogo; e 'golfe', se for o verbo 'golfar' no presente do conjuntivo: 'que eu golfe, que ele golfe (gólfe).
Se vamos tentar ser muito brit então o melhor é encomendar um modelito todo em tweed para as tardes de domingo. Se queremos manter a fonética da palavra convém ter em atenção as homófonas -- e os ouvidos alheios.
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3 comentários:
Quando vi o "snap-shot" do Neo Turf Masters, o adolescente dentro de mim, começou imediatamente a procurar moedas de 50 escudos dentro do bolso... Obrigado por este momento!!!
Viva LLM,
post engraçado, de entretenimento. Com três notas burlesas:
- Achar o magazine do golfe o farol do mau português será um exagero não?
- O exemplo da sonoridade da palavra golfe não me parece relevante. Também eu digo whiskey (e não uisque) e também digo basket (e não basquete), e não acho que isso tenha qualquer carga de presunção ou de mau português.
- E nota-se aí algum ressentimento pelo estereotipo do golfista.
ah...e não jogo golfe ou gôlfe, tanto me faz. Não me fere os ouvidos.
Conclusão: gosto do texto de entretenimento, bem escrito, embora a análise me pareça irrelevante do ponto de vista de comunicação. Mas tem piada, e lê-se bem.
jd,
o post serve apenas para ter piada e retratar uma franja (ah ha ah ha) da sociedade com um potencial enorme de satirização. não é, nem nunca quis ser, uma análise de comunicação.
e se whiskey em português fosse sinónimo de flatulência, eu certamente iria gozar consigo de cada vez que usasse a pronúncia estrangeira.
ressentimentos acerca da 'figura do golfista', nenhuns.
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