Ontem fui surpreendido pela "notícia" de que a Geórgia ia usar o Festival da Eurovisão (sim, ainda perdura) para "atacar" a Rússia. A canção em causa chama-se “We don’t wanna put in” (lê-se Putin), é interpretada pelos muito famosos Stephen & 3G (segundo fonte familiar dos próprios) e pode vir a ser um verdadeiro cavalo de Tróia pindérico e de gosto duvidoso no campo do inimigo - a final do "evento" realiza-se em Moscovo.
O que me surpreendeu não foi a notícia, mas o critério jornalístico porque de facto isto não é notícia.
Há muito que o próprio festival da Eurovisão é, não uma arma, mas um atentado, repleto de bombas de 3 minutos (em média), que duram durante horas. Assistir ao espectáculo deve assemelhar-se (com as devidas distâncias) a um frenético bombardeamento sobre Bagdade ou Palestina. Aliás, o que é que Portugal faz lá há mais de 20 anos se não humilhar-nos, atentar contra as nossas tradições, bom gosto e capacidade auditiva?
Srs. jornalistas, mais critério por favor!
Brincadeiras à parte, esta é uma verdadeira e muito criativa acção de marketing de guerrilha, por parte da Georgia. Os objectivos principais estão cumpridos: gerar buzz, colocar o Mundo a falar do acontecimento, inclusive a própria Rússia, e chamar a atenção para o problema que afecta os dois países. Tudo isto com um custo verdadeiramente reduzido.
Só é pena é que a música seja tão má...
PS: a foto inicial é de Eládio Climaco, para sempre o Sr. Festival da Canção (e Jogos sem Fronteiras)
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