terça-feira, 1 de setembro de 2009

Think global, act local

Nas últimas semanas foram notícia dois desenhos animados de que gosto bastante - não, não me refiro à compra da Marvel pela Disney, pouco relevante em termos de originalidade na comunicação. Falo de A Turma da Mónica e de Os Simpsons.

São dois fenómenos, um mais localizado do que o outro, que foram utilizados para duas acções de comunicação com óptimos resultados.

Começando pelo fenómeno global: Os Simpsons.

Para comunicar a estreia da série em Angola, e entrada no continente africano, marcada para o canal Bué, foi criada e difundida uma adaptação da conhecida cena do genérico desta série, a com maior longevidade de sempre da história da animação e fenómeno mundial, à realidade angolana. Além de menos amarelados, Homer, Marge, Maggie, Bart e Lisa, surgem com elementos marcadamente angolanos, o que motivou notícias em todo o Mundo (interessante no título da notícia do Daily Mail a expressão bem angola "Aye carumba"!) Porquê? Poucos ousaram mexer, oficialmente, nesta típica família americana, ainda para mais tornando-os afro-americans, o que, por si só, é gerador de buzz.

Basta procurar no YouTube para encontrar outros fenómenos semelhante e, quem sabe, inspiradores.


Por outro lado, no Brasil, país fortemente afectado pela gripe A (ou influenza, como por lá também se diz), foi utilizada A Turma da Mónica para comunicar alguns conselhos básicos para prevenir a transmissão de vírus. Através de um conjunto de curtos vídeos colocados na Internet, básicos e dirigidos a um público jovem, os conselhos passaram, gerando milhares de visualizações na Internet. Os vídeos foram colocados ao dispor de escolas e outros organismos, mas, na minha opinião, deveriam ser "institucionalizados"e transmitidos na televisão de forma a chegar a todo o país - e nós sabemos a força da TV no Brasil. Seria (ou será), certamente, uma arma bem mais eficaz do que qualquer vídeo ou anúncio institucional do Governo de Lula no combate ao vírus.



Por cá, lembro-me de um fenómeno semelhante quando transmitiram "sketches institucionais", nos anos 90, em que Herman José caricaturava pequenos gestos tão portugueses como passar à frente em filas ou enfiar o dedo na carne, na fruta ou no pão, em supermercados, como medidor de frescura, etc.; para ensinar, através do humor, algumas regras de cidadania a um povo ainda em aprendizagem. Na altura foi eficaz, mas quem sabe se não é o momento de repetir a dose?

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