Por estranho que pareça, nas várias agências onde trabalhei, essa tarefa parecia sempre mais ao alcance das agências de publicidade do que das de RP. Parecia que os criativos das primeiras eram levados mais a sério que os das segundas (que nem tinham estatuto de criativos). E quando tínhamos oportunidade de criar o conceito levávamos com o: "A ideia é gira, mas acho que este ano já não temos bugdet..."
Talvez tenha tido apenas azar...
Estes são dois bons exemplos de campanhas made in Portugal, premiadas ontem em Cannes com dois leões de ouro.
Julgo que esta é a diferença entre a criação do conceito e a criação do plano de comunicação para um conceito criado por outros, que por vezes nem é comunicável. E a diferença muitas vezes resulta em prémios (e mais retorno para a agência e para o cliente).
Mas se pensam que o problema está na cabeça do cliente, eu digo que primeiro está na "cabeça" das agências, que deviam começar por dizer mais vezes que não.
1 comentário:
C'um caneco! Mesmo verdade!
Deviam dizer que "não" ao que não é, de todo, comunicável. Deviam dizer que não quando são chamadas (as agências) a intervir já no fim da linha, quando a ideia foi lançada, o projecto construído, quando tudo já está arquitectado. Deviam dizer que não em muitas outras situações...
O problema (de todos, RP, criativos, clientes, gestores, engenheiros, doutores, etc) é que não se sabe trabalhar em equipa e retirar de cada uma das especialidades - neste caso, RP e publicidade - o que de melhor cada uma pode trazer para um projecto.
Eu se calhar também tenho tido azar mas raramente vejo criativos e RP sentados à mesma mesa para pensar e discutir um projecto ou ideia de determinado cliente. (sinceramente só me ocorre um "temos pena"...)
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