quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O fim do monopólio Sporttv?


Política. TV. Futebol. Esta espécie de triângulo das Bermudas parece que vai conhecer um novo capítulo que promete mudar o panorama do desporto-rei em Portugal.

Reféns do controlo da Olivedesportos, os clubes portugueses pouca margem de manobra têm. Vivem ao sabor dos interesses deste grupo (detentor da Sporttv), porque os seus orçamentos vivem desta grande migalha que são as receitas das transmissões televisivas dos seus jogos.

Com cofres totalmente depauperados, e sem quaisquer fontes de receitas, para além de uma venda ou outra de um jogador, os clubes preferem jogar às 21h de uma sexta-feira para 200 pessoas, pois isso garante-lhes a receita televisiva que assegura a sua sobrevivência.

Porém parece que agora tudo está em vias de mudar. Segundo o Record de hoje, um novo grupo de comunicação, com investidores tanto portugueses como estrangeiros, e que será encabeçado por Rui Pedro Soares e Emídio Rangel, se prepara para revolucionar o sector.

Para já, asseguraram os direitos de transmissão da Liga Espanhola, e tudo parece encaminhar-se para um acordo pelos direitos dos jogos do Sport Lisboa e Benfica, que pretende aproximar o seu contrato de cedência dos seus jogos dos valores dos contratos dos principais clubes mundiais.

Com um valor de assinatura a rondar os 12/15€ mensais de acordo com o diário desportivo (menos 10€ que a assinatura da Sporttv), esta entrada do novo canal, prevista para 2012, promete revolucionar o mercado, com uma feroz competição entre os dois players.

E ao que parece o canal promete não ficar por aqui e poderá vir a oferecer a outros clubes de média dimensão valores semelhantes aos que recebem agora, mas apenas para transmitirem os jogos contra os grandes, podendo assim os restantes jogos voltar ao seu horário tradicional, domingo à tarde.

Como em qualquer mercado, a concorrência é positiva para o consumidor final, por isso resta saber qual o impacto desta entrada e qual a resposta da Sporttv para garantir o seu domínio incontestável.

Afinal, parece que o poder instalado no futebol, de Joaquim Oliveira, que tanta suspeição já levantou ao longo das últimas décadas, pode ser posto em causa. A ver vamos se os tentáculos do polvo conseguem aniquilar a concorrência. Mas sem o clube que mais vende entre os seus clientes, como poderá a Sporttv vencer esta guerra?

Esperamos as cenas dos próximos capítulos que ameaçam incendiar o futebol nacional (já de si bastante incendiário) e transferir o seu palco do relvado para os estúdos de televisão.

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