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segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Políticos fictícios, propostas irreais
Aqui está um bom exemplo de alguém que precisa urgentemente de consultoria de comunicação. Talvez haja algum aluno do primeiro ano de comunicação social disponível...
O presidente já explicou que "Conchichina" é um país imaginário, e nem poderia ser de outra maneira. Então que culpa teria a Conchinchina para ter de levar com aquelas peças. O nível de iliteracia é tão grande que nem explicando bem as coisas se percebem. Por outro lado, o verdadeiro enfoque da mensagem é reflectir se é com algum dos cinco retratados que vamos tirar este país da miséria e do sobre endividamento. Se acham que sim então é melhor irem fazendo um bom pé de meia para a vossa reforma porque isto vai piorar.
o seu comentário diz tudo: "O presidente já explicou...".
Independentemente de a) o jornalista da Lusa ter cometido uma falha ao escrever a notícia, não referindo o "erro" propositado de comunicação do MMS ou b) houvesse um erro de edição por parte do jornalista do Público; esta acção é ela própria um erro.
Estamos a falar de uma acção de propaganda exterior, onde o contacto é feito em poucos segundos. Não há tempo para "explicar", para "ironia subtil" ou para "jogos com o Português". Nem no cartaz, nem no site a palavra "conchichina" surge entre aspas, o que poderia indiciar tratar-se de uma expressão. E quem lê a frase na rua? deverá interpretar de que forma?
Os outdoors devem ser de leitura fácil, mensagens simples, com impacto e positivas, não devem ser jogos subtis e inteligentes de palavras.
Quanto a mim, este episódio trouxe "apenas" mais algumas notícias ao Partido e buzz, como se apressaria a dizer um qualquer consultor medíocre para justificar o seu (mau) trabalho. A questão é se este buzz serve os propósitos do MMS?
De triste notícia a triste post. Todos nós desde pequenos estamos habituados a ouvir mandar tudo e todos para a "conchichina", exactamente como está escrito no cartaz. Certamente que qualquer pessoa inteligente iria perceber que um partido nunca poderia referir um país real (existente ou que já existira), sob o risco de estar a ser, no mínimo, indelicado. Daí que a ideia de mandar para bem longe daqui, para um sítio que no nosso imaginário popular colectivo é bem longe daqui, é sempre uma excelente ideia, pelo que a utilização de aspas ou outros termos é no mínimo desnecessária, ou seria ela mesma um erro. Peço desculpa, mas a má vontade deve ter limites.
Reparem: a Cochichina, não sendo um país, é uma região que existe. A forma como as crianças a pronunciam - quero acreditar que os adultos não o fazem - não torna a terra inexistente.
É a mesma coisa que mandar essa gente para Fransa e depois dizer que frança é um país imaginário.
Toda a gente percebe o que querem dizer - e muita gente até concorda que "ninguém merece" aqueles dirigentes.
Mas convenhamos que, como companha, para gente adulta, está fraca. Muito fraca.
por estarmos habituados a ouvir algo errado, não quer dizer que não apareça alguém que nos informe do que é certo. A não ser que se queira continuar sempre na ignorância... Aí o caso muda de figura!
6 comentários:
O presidente já explicou que "Conchichina" é um país imaginário, e nem poderia ser de outra maneira. Então que culpa teria a Conchinchina para ter de levar com aquelas peças. O nível de iliteracia é tão grande que nem explicando bem as coisas se percebem. Por outro lado, o verdadeiro enfoque da mensagem é reflectir se é com algum dos cinco retratados que vamos tirar este país da miséria e do sobre endividamento. Se acham que sim então é melhor irem fazendo um bom pé de meia para a vossa reforma porque isto vai piorar.
ZQuim
Caro ZQuim,
o seu comentário diz tudo: "O presidente já explicou...".
Independentemente de a) o jornalista da Lusa ter cometido uma falha ao escrever a notícia, não referindo o "erro" propositado de comunicação do MMS ou b) houvesse um erro de edição por parte do jornalista do Público; esta acção é ela própria um erro.
Estamos a falar de uma acção de propaganda exterior, onde o contacto é feito em poucos segundos. Não há tempo para "explicar", para "ironia subtil" ou para "jogos com o Português". Nem no cartaz, nem no site a palavra "conchichina" surge entre aspas, o que poderia indiciar tratar-se de uma expressão. E quem lê a frase na rua? deverá interpretar de que forma?
Os outdoors devem ser de leitura fácil, mensagens simples, com impacto e positivas, não devem ser jogos subtis e inteligentes de palavras.
Quanto a mim, este episódio trouxe "apenas" mais algumas notícias ao Partido e buzz, como se apressaria a dizer um qualquer consultor medíocre para justificar o seu (mau) trabalho. A questão é se este buzz serve os propósitos do MMS?
Ainda assim obrigado pela informação.
De triste notícia a triste post.
Todos nós desde pequenos estamos habituados a ouvir mandar tudo e todos para a "conchichina", exactamente como está escrito no cartaz.
Certamente que qualquer pessoa inteligente iria perceber que um partido nunca poderia referir um país real (existente ou que já existira), sob o risco de estar a ser, no mínimo, indelicado.
Daí que a ideia de mandar para bem longe daqui, para um sítio que no nosso imaginário popular colectivo é bem longe daqui, é sempre uma excelente ideia, pelo que a utilização de aspas ou outros termos é no mínimo desnecessária, ou seria ela mesma um erro.
Peço desculpa, mas a má vontade deve ter limites.
Reparem: a Cochichina, não sendo um país, é uma região que existe. A forma como as crianças a pronunciam - quero acreditar que os adultos não o fazem - não torna a terra inexistente.
É a mesma coisa que mandar essa gente para Fransa e depois dizer que frança é um país imaginário.
Toda a gente percebe o que querem dizer - e muita gente até concorda que "ninguém merece" aqueles dirigentes.
Mas convenhamos que, como companha, para gente adulta, está fraca. Muito fraca.
adenda: é como depois dizer que fransa é um país imaginário.
por estarmos habituados a ouvir algo errado, não quer dizer que não apareça alguém que nos informe do que é certo. A não ser que se queira continuar sempre na ignorância... Aí o caso muda de figura!
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