quinta-feira, 28 de agosto de 2008

PR Training

Não, não é engano! À imagem da prática do Media Training, que visa criar porta-vozes das empresas, parece-me cada vez mais importante que as agências de comunicação apostem num outro formato que visa educar os clientes.

É muitas vezes absurda a noção que as empresas têm das agências. O que me leva mesmo a questionar o que está na base da decisão destas ao contratarem uma agência. O chorrilho de asneiras que ouvimos diariamente é de fazer saltar a tampa ao comum dos mortais. E atenção, enquanto consultores, não podemos utilizar a máxima "o cliente tem sempre razão!", pois nesta área em concreto, muitas vezes não tem.

"É preciso controlar o que os jornalistas escrevem! Nem que tenham de ir à redacção!" Em que mundo é que esta gente vive? Acham que ainda estamos no tempo do Estado Novo e que nós somos os Senhores do Lápis Azul? Esta frase foi proferida há dias por um cliente, insatisfeito pelo facto de uma fotografia de um evento social não fazer referência visual à sua marca.

Outro queria fazer uma conferência de imprensa porque vai levar a cabo uma promoção aos seus clientes. E como resposta ao parecer negativo da agência, diz que o poder de influência que temos junto dos jornalistas é insuficiente!

Por isso, defendo que, tal como o McDonalds, que obriga os accounts de comunicação a estarem uma semana a trabalhar num restaurante da cadeia de Fast Food, para conhecerem por dentro a realidade da empresa, as agências de comunicação deviam convidar os seus clientes a estarem deste lado durante uma semana. O objectivo é perceberem que o papel da agência é ter uma relação de confiança e de proximidade com os jornalistas e não investir o papel de vendedor de bíblias que vende tudo, até a banha da cobra.

Temos de ser uma fonte de informação e não o chato que liga todos os dias a saber se o press release chegou, com uma conversa de vendedor, onde tentamos a todo o custo convencer o pobre desgraçado do outro lado da linha que este novo pacote de leite faz milagres, não há outro igual. Pois sim...

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