Num acto, se não inédito, raro, a
Direcção do Público faz mea culpa da manchete infundada de ontem, que resultou de um "
engano na leitura dos documentos oficiais", engano esse de mais de 600 milhões de euros, coisa pouca. Ou seja, em vez de aumentar o passivo em 275 M a Câmara pretende baixá-lo em 350 M. Coisa pouca.
Nos dias que correm, o impacto de uma notícia como esta ganha rapidamente uma dimensão muito superior aos leitores do jornal. É replicada e comentada em blogs, sem critério nem pudor, e que raramente publicam os desmentidos e os direitos de resposta.
A ânsia de dar uma boa cacha não justifica tudo. Mas confirma a máxima: "Não deixes que a verdade te estrague uma boa notícia!".
Boa resposta, no entanto, da Câmara de Lisboa ao convocar de imediato uma conferência de impresa para corrigir o "erro grosseiro" do Público e matando a "notícia" por aqui.
Agora falta comparar a manchete de ontem
com o desmentido de hoje.
Se a quem gere as contas públicas pede-se rigor, aos jornalistas pede-se o quê?
Na minha opinião, quem sai mal desta história é o Público em particular, e o jornalismo em geral, com mais esta nódoa na sua reputação.